Vai se cumprindo o script. É tudo tão previsível que chega a dar
preguiça de comentar. Lula não é menos alvo hoje do que era há dois,
quatro, seis, oito, dez, vinte ou vinte e dois anos. Entre 1989 e 2012,
ele foi acusado de ser racista, abortista, ladrão, pedófilo, estuprador e
assassino, entre outros. Não se consegue lembrar acusação que não tenha
sofrido
A cada manchete contendo uma “bomba” contra Lula, quase é possível
ouvir os barões da mídia, seus pistoleiros e a oposição partidária de
direita exclamarem “Agora vai”, ou seja, que, desta vez, desmoralizarão o
retirante nordestino que se tornou um dos maiores líderes políticos do
mundo.
Os mesmos jornais, revistas, rádios e televisões que dia após dia,
sem um único intervalo, durante as últimas duas décadas tratam de tentar
desmoralizar esse homem com todo tipo possível e imaginável de
acusação, renovam suas esperanças pérfidas a cada nova tentativa.
Já usaram até uma ex-namorada de Lula para destruir sua imagem
pública – ela o acusou de abortista e de racista. Já publicaram acusação
de que ele tentou estuprar um garoto de 15 anos; já disseram que
assassinou 200 passageiros de um voo comercial que terminou em tragédia.
Os brasileiros estão sempre esperando uma nova acusação contra Lula.
Ele foi acusado até quando contraiu câncer, por não se tratar no sistema
público de saúde. Afinal, como pode um retirante nordestino querer se
tratar em hospitais que deveriam ser exclusividade de políticos com
pedigree, como Fernando Henrique Cardoso?
Alguém imagina que se um dia o ex-presidente tucano adoecer
gravemente a oposição midiática irá cobrar dele que se trate em
hospitais públicos? Alguém irá cobrar o mesmo de José Serra ou de
Geraldo Alckmin?
Contra Lula, argumentam que deveria se tratar no sistema público
porque, durante seu governo, exaltava as obras que fez no setor, como se
todo governante não fizesse o mesmo. A diferença é que um eventual
câncer de FHC ou de outros políticos “com pedigree” nem seria noticiado.
Sobre Marcos Valério, chega a ser ridículo ter que explicar que ele
está à beira do desespero por estar prestes a voltar às masmorras em que
já sofreu toda sorte de sevícias. Sua estratégia para tentar escapar é
oferecer ao Judiciário partidarizado e à mídia oposicionista o que mais
desejam: uma acusação que permita a abertura de um processo contra Lula.
A direita midiática, claro, não conseguirá indispor Lula com o povo.
Já houve acusações piores e nunca deram certo. Mas o objetivo não esse.
A esperança é a de que o inquérito que o atual procurador-geral da
República certamente irá instalar antes de agosto, quando deixará o
cargo, crie constrangimento para uma candidatura de Lula à Presidência
ou até ao governo de São Paulo, ainda que sem condenação em primeira
instância uma eventual candidatura sua não possa ser impedida pela lei
da ficha limpa.
Enfim, nada de novo no front. Por falta de votos, a direita midiática
tenta conseguir no tapetão o que não consegue nas urnas. Será inútil,
mais uma vez. A maioria dos brasileiros não irá arriscar o bem-estar
social que conquistou em troca de discursos “éticos” em favor de
políticos como os tucanos, contra os quais pesa tanto ou mais do que
contra os petistas.
A única esperança para essa direita midiática retomar o poder seria a
crise mundial produzir desemprego, queda dos salários e inflação por
aqui. A chance, porém, é muito pequena. Os governos Lula e Dilma
provaram ao país que é possível atravessar crises sem empurrar a conta
para a maioria. Portanto, esse novo “plano infalível” terá o mesmo
destino dos outros.
Fonte: blog da cidadania
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