A
uma semana das eleições municipais, o destino da maior cidade do País
parece selado. Como 52% dos eleitores ouvidos pelo Datafolha não
votariam em José Serra em hipótese alguma, sua vitória parece ser uma
impossibilidade matemática.
Uma
rejeição de 52% é um fenômeno raro na política. Já foi alcançada por
Paulo Maluf, que teve 59% no fim da administração de seu pupilo Celso
Pitta, e por Fernando Collor, que conseguiu 62%, na época do
impeachment.
Estes
dois, no entanto, eram alvo de denúncias constantes da imprensa. Serra,
ao contrário, tem contado com a simpatia de praticamente todos os
grandes veículos de comunicação nas eleições em que disputa. Em 2010,
contra Dilma Rousseff, Serra teve o apoio explícito, mas não declarado,
de Globo, Veja, Folha e Estado. Em 2012, contra Fernando Haddad, não é
diferente.
Talvez
esse apoio tão explícito, no momento em que a internet quebra os
monopólios da comunicação e dá voz direta aos eleitores, ajude a
explicar a rejeição a Serra. Outra explicação é a aliança do tucano com
os setores mais conservadores, preconceituosos e retrógrados da
sociedade brasileira, como foi apontado, neste sábado, pelo jornalista
Ricardo Mendonça, editor-assistente da Folha de S. Paulo.
Na
reta final da campanha, Serra voltou a usar filmes vinculando Paulo
Maluf a Fernando Haddad. No entanto, quem se parece cada vez mais com
Maluf, ao menos na rejeição, é Serra. E a seu favor, o político do
“rouba, mas faz” pode alegar que tinha a imprensa contra. Serra
conseguiu seus 52% com os meios de comunicação a favor. Um fenômeno a
ser decifrado pelos cientistas políticos. (Informações do Brasil247).
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