Uma
análise da última eleição em Angelim
Vendo o resultado da eleição
a prefeito em Angelim, no último domingo, não dá para não achar que foi uma vitória
acachapante do atual prefeito sobre a oposição. Mas fazendo um aprofundamento
na análise, veremos que tudo não foi ruim para a oposição. Há quatro anos a
oposição estava desarticulada, sem nenhuma expectativa; e, para agravar a
situação, a mesma não conseguiu manter a união na disputa pela prefeitura. O
vereador Oliveira, sendo mal assessorado, manteve-se irredutível na sua decisão
de disputar o pleito pelo PT. Foram feitas várias tentativas de união, mas
todas em vão, pois ele argumentava que era uma decisão do partido.
E eis que a oposição foi
disputar uma eleição dividida, com várias feridas abertas. Quando as urnas
foram “abertas”, para a surpresa da situação, a oposição não está tão morta
como eles imaginavam. Ambos os candidatos tiveram 2000 votos que dá 33% dos
votos válidos. O candidato do PT foi quem mais perdeu, pois sofreu uma derrota
eleitoral e política. Sua votação foi lamentável, o que lhe deixa em uma
situação crítica para se recuperar politicamente. Será necessário muito
trabalho para que ele volte ao patamar anterior, diante do resultado da
eleição. Já Douglas demonstrou desenvoltura durante a campanha, caindo nas
graças da juventude, e o que muitos não perceberam, foi a força do ex-prefeito
Samuel, mesmo desgastado pela sua última administração, mostrou que tem um
eleitorado fiel; pois, sem sombra de dúvida, 70% dos votos de Douglas foram
votos da base do ex-prefeito. Muitos gostando ou não isso é uma realidade.
O que mais chamou atenção
nessa eleição foi o volume de campanha empreendida pela atual administração.
Mesmo liderando em todas as pesquisas, o atual prefeito fez uma campanha que,
para quem “visse de fora”, parecia que era ele quem era a oposição e estava
lutando para tirar seu opositor da administração; contudo, todo esse gasto de
campanha tem uma explicação. A situação não queria apenas vencer. Ela queria
esmagar a oposição para que a mesma não tivesse nenhuma chance não próximas
eleições; no entanto parece que o objetivo não foi alcançado. Esse volume de
campanha só serviu para demonstrar que a situação não tava assim tão segura de
que a oposição estava morta.
A vitória do prefeito, com
65% dos votos válidos, foi atingida mais pela fragilidade da oposição do que
mesmo pelos seus méritos. Na eleição de 2008, eles já tinham atingido 55% dos
votos válidos. Para chegar ao atual percentual, não foi nenhuma coisa do outro
mundo e, com a oposição dividida, isso ficou muito mais fácil. O ex-prefeito
Samuel atingiu esse percentual em 1988 quando elegeu Josemir Miranda com 64%
dos votos válidos. Isso mostra que foram necessários 24 anos para a atual
administração atingir esse mesmo percentual, e com uma observação: em 1988, a
eleição foi disputada entre três candidatos: Josemir, João da Costa e Moisés
Costa. Josemir, que era da situação, dividiu os votos da esquerda com a
candidatura de Moisés Costa, do PSDB. Na última eleição, foi o contrário, a
divisão se deu na oposição. A situação ficou unida, e o atual prefeito teve que
mudar para base do governo Eduardo Campos, que lhe ajudou muito, já que o mesmo
não pôde fazer campanha para seu candidato Douglas.
É óbvio que, com Eduardo no
palanque de Douglas e com a oposição unida, era outra eleição, sem dúvida
nenhuma. Todavia isso é passado, agora se deve seguir em frente, pois “atrás
vem gente”. Bom feriadão para todos!
Texto escrito pelo colaborador do blog: Professor José Fernando da Silva, Graduado e pós graduado em História pela UPE: Garanhuns-PE.
Texto escrito pelo colaborador do blog: Professor José Fernando da Silva, Graduado e pós graduado em História pela UPE: Garanhuns-PE.
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