Prometido há mais de dez anos, começou a ser construído esta semana o
novo terminal integrado Joana Bezerra, localizado na Ilha Joana
Bezerra, área central do Recife, projetado para ser o maior em operação
do Sistema Estrutural Integrado (SEI), com cinco mil metros quadrados de
área construída e capacidade para atender a 67 mil passageiros por dia.
Além da força para o sistema de transporte público da Região
Metropolitana do Recife, seja por ônibus ou metrô – já que continuará
integrado a uma das maiores estações do sistema metroviário -, o futuro
terminal e a infraestrutura necessária para construí-lo vão provocar a
urbanização da comunidade do Coque, que já vive um processo de mudança
com a implantação do Complexo Judiciário do Recife. Quase 300 casas e
casebres serão desapropriados pelo governo do Estado para que a estação
seja erguida.
A nova estação integrada também vai cobrir uma lacuna aberta há muito
tempo pelos gestores do transporte público do Grande Recife: a
degradação e as péssimas condições de operação do atual terminal,
espremido na calçada da estação Joana Bezerra do metrô. Embora seja um
dos mais importantes do sistema de ônibus e o mais operacional para a
integração com o metrô do Recife – porque funciona como área de
transbordo para os passageiros acessarem linhas para vários locais da
Região Metropolitana – o terminal é abandonado. Os passageiros se
acomodam embaixo de abrigos de concreto, colocados lado a lado, sem
proteção ideal contra a chuva, por exemplo. Não há sequer um banheiro.
Mesmo assim, quarenta mil pessoas utilizam a unidade atualmente.
São sete linhas de ônibus em operação. Após a construção da nova
estrutura, serão oito, sendo que três delas serão de Bus Rapid Transit
(BRT), sistema que irá funcionar no Corredor Norte-Sul, que o governo do
Estado está implantando para interligar os extremos da Região
Metropolitana. “Iremos construir cinco baias para receber os BRTs. Mas
inicialmente apenas três delas entrarão em operação para atender as três
linhas já previstas (Xambá-Joana Bezerra, Pelópidas-Joana Bezerra e
PE-15-Joana Bezerra) para o Corredor Norte-Sul. Quando fizermos a
segunda etapa do corredor, que chegará a Jaboatão pela Zona Sul do
Recife, as outras entrarão em funcionamento”, explica o presidente do
Grande Recife Consórcio de Transportes, Nelson Menezes.
A desapropriação dos imóveis para abrir espaço à construção do
terminal começou a ser negociada este mês entre a Procuradoria Geral do
Estado (PGE) e as famílias residentes. A previsão é de que até março de
2013 tudo esteja negociado. O TI de Joana Bezerra deverá estar pronto em
um ano, ao custo de R$ 9,5 milhões.
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