O Ministério da Educação (MEC) planeja
uma modernização do currículo do ensino médio, propondo a integração das
diversas disciplinas em grandes áreas. O motivo da mudança seria por
conta dos resultados insuficientes, divulgados nesta semana, das escolas
na última edição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
A inspiração da modernização deverá vir do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),
que organiza as matrizes curriculares em quatro grandes grupos:
linguagens, matemática, ciências humanas e da natureza. Essa é a divisão
que segue a prova, diferentemente do modelo tradicional por disciplinas
como química, português, matemática e biologia.
Discussões
O debate sobre tal questão não é pontual. Em 2011, o Conselho Nacional de Educação (CNE)
aprovou as novas diretrizes curriculares do ensino médio que propõem
uma flexibilização do formato atual. O diagnóstico é que o currículo é
muito inchado – em média são 13 disciplinas – o que, na avaliação do
secretário de Educação Básica do MEC, César Callegari, prejudica a
aprendizagem. “O Enem é uma referência importante, mas não é o
currículo, ele avalia o currículo. Mas ele traz novidades que têm sido
bem assimiladas pelas escolas”, diz o secretário.
De
acordo com Callegari, a ideia é propor uma complementação às diretrizes
aprovadas pelo CNE, organizando as diferentes disciplinas em grandes
áreas. “O que tem que ficar claro é que não estamos propondo a
eliminação de disciplinas, mas a integração articulada dos componentes
curriculares do ensino médio nas quatro áreas do conhecimento em vez do
fracionamento que ocorre hoje”, explica.
O
ministro Aloizio Mercadante, na próxima semana, se reunirá com os
secretários de Educação com o objetivo de discutir os caminhos para
articular a mudança. Segundo Callegari, a próxima compra de livros
didáticos para o ensino médio dará prioridade a obras que estejam
organizadas nesse formato. O edital já está sendo preparado. O MEC tem
um programa que distribui os livros para todas as escolas e a próxima
remessa será para o ano letivo de 2015 – as obras são renovadas a cada
três anos.
Tempo integral
Para
que a escola possa abranger essa formação diversificada – que inclua a
aprendizagem dos componentes curriculares, a articulação com o mundo do
trabalho e a formação cidadã –, Callegari defende que é indispensável a
ampliação do número de horas que o estudante permanece na escola,
caminhando para o modelo de tempo integral.
“Temos
consciência de que os conteúdos e as habilidades que os estudantes
precisam desenvolver não cabem mais em um formato estreito de três ou
quatro horas de aula por dia. É assim [com ensino em tempo integral] que
os países com um bom nível de qualidade do ensino fazem”, diz.
*Com informações da Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário