Lula não aceitou os argumentos do governador Eduardo Campos de que o
lançamento de um candidato do PSB à prefeitura do Recife tem por
finalidade impedir a volta de um representante da oposição. Na opinião
do governador, é preferível a vitória com Geraldo Júlio (PSB) à derrota
com o senador Humberto Costa (PT), que teria força política para chegar
ao segundo turno se fosse o candidato único da Frente Popular. Mas, na
disputa final, não teria com quem celebrar novas alianças.
O ex-presidente, segundo testemunho de petistas, não esperava essa
atitude do governador de Pernambuco, a quem dispensou tratamento vip
quando estava no Palácio do Planalto. Lula queria que o PSB apoiasse a
candidatura do senador – que é um dos seus mais fieis discípulos desde a
fundação do Partido dos Trabalhadores – por duas especiais razões.
Primeira, para que o Recife permanecesse sob controle do PT. Em segundo
lugar, porque o PT apoiou o PSB no 2º turno de 2006.
O desejo do ex-presidente não foi atendido e os dois principais
partidos da Frente Popular irão para o confronto. Isso terá sérios
desdobramentos na política local e nacional. Afinal, o que houve no
Recife não foi apenas uma jogada tática do PSB visando à conquista da
prefeitura. Foi uma ruptura do PSB com o PT e o rompimento político do
governador com o ex-presidente Lula. Pelo menos é sob essa ótica que o
ex-presidente encarou a decisão do PSB de não apoiar Humberto Costa.
Postado no blog do inaldo sampaio
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