A eleição para prefeito do Recife será uma das poucas que vão
empolgar o Brasil. Teremos de um lado o senador Humberto Costa, isolado
no PT e, do outro, o ex-secretário Geraldo Júlio, apoiado pelo
governador Eduardo Campos e uma poderosa frente de 18 partidos. Essa
disputa tende a ser tão acirrada que até o mais forte candidato da
oposição, deputado Mendonça Filho, será ofuscado por ela, dado que não
dispõe de cacife eleitoral suficiente para polarizar com nenhum dos
dois.
A pitada de emoção à campanha de Humberto Costa será dada pelo
ex-presidente Lula e à campanha de Geraldo Júlio pelo senador Jarbas
Vasconcelos. O senador petista guarda más lembranças do seu colega
peemedebista, que o atacou sem piedade na campanha de 2006 quando
disputou o governo estadual. Quanto a Lula, também tem suas diferenças
com o senador Jarbas Vasconcelos, que marcou e ainda marca sua atuação
no Senado como crítico mordaz dos governos petistas.
Não bastassem essas variáveis, será a primeira vez nos últimos 30
anos em que Lula e Eduardo Campos estarão em palanques opostos. Isso vai
confundir a cabeça do eleitor porque a relação do ex-presidente com o
governador transcendia o campo político. Era uma relação de pai para
filho, conforme se viu nas 42 vezes que Lula esteve em Pernambuco como
presidente da República. Essa relação foi agora interrompida, porém
ainda é cedo para avaliar quais serão as suas consequências.
Publicado no blog de inaldo sampaio
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