Jorge Beltrão criava menina de 5 anos no Agreste
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem/Reprodução
O resultado de um exame de DNA, divulgado ontem,
confirmou mais uma peça da sequência de crimes cometidos pelos
esquartejadores Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina
Pires da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva, presos mês passado
em Garanhuns, Agreste. A menina de 5 anos que vivia com o trio é filha
de Jéssica Camila da Silva, assassinada pelos acusados em 2008, em
Olinda, na Região metropolitana do Recife. Segundo o Tribunal de
Justiça de Pernambuco (TJPE), o exame confirmou o parentesco da criança
com o pai e o irmão de Jéssica. Os dois participaram de uma audiência na
manhã de ontem, em Garanhuns. A partir de agora, a Justiça vai acompanhar o processo de reinserção
familiar da menina. Quando foi morta, Jéssica tinha ido trabalhar como
doméstica na casa dos acusados. Ela vivia com a filha na rua e foi
atraída pela promessa de emprego. “Quero criar a minha neta. Espero que
ela venha logo para nossa casa”, disse Emanuel Araújo, avô da criança. O
assassinato da jovem foi descrito por Jorge em seu livro Revelações de
um esquizofrênico. Jéssica foi esquartejada e seus restos mortais
enterrados no quintal da casa. Partes do corpo da vítima foram ainda
colocados nas frestas da parede do imóvel e as partes maiores
descartadas em sacos de lixo. A criança foi criada por Jorge,
Bruna e Isabel como filha. No dia em que a polícia localizou o trio em
Garanhuns, a menina apontou o local onde eles enterraram os corpos de
duas mulheres moradoras da cidade, que estavam desaparecidas desde
fevereiro. Jorge e Isabel tentaram adotar uma criança legalmente.
No ano passado, o processo foi recusado porque eles não apresentaram,
no tempo exigido, os documentos necessários. A polícia acredita que o
casal pretendia adotar uma criança legalmente para utilizar os
documentos e “legalizar” o vínculo com a menina de 5 anos, filha de
Jéssica. A criança adotada seria abandonada ou morta e seus documentos
tornariam a menina, que já convivia com Jorge e Isabel, sua filha
legítima. O exame de DNA nos restos mortais encontrados na casa
de Olinda, onde os esquartejadores moraram, ainda não ficou pronto. O
exame está sendo feito para confirmar o óbito de Jéssica Camila. Com
isso, subiria para três o número de vítimas confirmadas dos canibais. Jorge, Isabel e Bruna foram descobertos porque utilizaram os cartões de crédito das mulheres que assassinaram em Garanhuns.
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