Gratidão
Talvez seja o fato de está lecionando a
disciplina Filosofia, que hoje eu tive o desejo de fazer um texto mais
filosófico. Existe um pensamento de Shakespeare que diz “sopra, sopra, ó vento
hibernal, mas tua rudeza não é tão grande quanto à ingratidão humana”. Esse
pensamento pode até ser um exagero, mas devemos nos perguntar: ‘Pode a
ingratidão humana ser mais gélida do que auge dum forte inverno?’ Infelizmente,
muitos têm tido motivos para concordar com a observação de Shakespeare.
Desde os tempos das cavernas,
necessitamos uns dos outros. Individualmente, não podemos ser dotados de tudo
que precisamos para vivermos isolados dos nossos semelhantes. Poucos de nós
desejamos ser eremitas, ou podemos sobreviver como tais. Assim fica evidente de
que carecemos uns dos outros.
Mas, então, o que move
alguém a ser ingrato? Talvez pareça um tanto severo, mas, basicamente, é o
egoísmo. Há vários graus de egoísmo, naturalmente, percorrendo toda a gama,
desde a desatenção até o egocentrismo. A pessoa que demonstra a falta de
consideração talvez fique surpresa e, até mesmo ferida, quando alguém lhe
aponta sua falta de gratidão, mas a pessoa egocêntrica nem se preocupa com
isso, muitas vezes cega pelos interesses próprios; não tendo olhos para
enxergar o oceano de motivos para o agradecimento.
No mundo moderno capitalista,
parece que não há mais espaço para a palavra OBRIGADO. Como quase tudo pode ser
comprado, as pessoas não sentem a necessidade de agradecer a ninguém. Poucas
vezes, vemos alguém agradecendo a um amigo de trabalho pelo o apoio, agradecendo
aos pais pelo carinho deles, agradecendo a Deus pela vida. O OBRIGADO é uma
palavra em desuso em nossos dias.
Talvez, o fato de termos
sido feitos à imagem e semelhança de Deus, muitos do alto de sua arrogância, ache-se
o próprio Deus. Mas Descarte, no extraordinário pensamento, diz “o que é o
homem natureza? Um nada em comparação com o infinito, um tudo em face do nada,
um intermediário entre o nada e o tudo”. Esse belíssimo pensamento põe os
arrogantes em seu devido lugar.
Portanto devemos refletir sobre
o quanto somos pequenos diante do mundo e, para que possamos vencer as batalhas,
necessitamos arregimentar um vasto exército de amigos; e, assim, a vitória
sobre as dificuldades da vida ficará mais fácil. Encerro esse texto com uma
frase milenar: PULVIS ES ET IN PULVEREM REVERTERIS (És pó e a ele voltarás).
Texto escrito pelo colaborador do blog: Professor José Fernando da Silva, Graduado em História pela UPE: Garanhuns-PE. Este texto foi revisado pela Professora Maria Cicera da Silva, Especialista em Lingua Portuguesa pela UPE: Garanhuns. Acompanhe todas as sexta feiras um ártigo do colaborador.
Texto escrito pelo colaborador do blog: Professor José Fernando da Silva, Graduado em História pela UPE: Garanhuns-PE. Este texto foi revisado pela Professora Maria Cicera da Silva, Especialista em Lingua Portuguesa pela UPE: Garanhuns. Acompanhe todas as sexta feiras um ártigo do colaborador.
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