Um segundo será muito tempo para o destino da
humanidade? Encontraremos dezembro?
Por:
Osmar Soares da Silva[1]
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uando o homem se
apropriou de seus questionamentos e sentiu a necessidade de construir uma
civilização para organização cultural, econômica e política bem como para
comunicação, deparou-se com um dilema: De onde viemos? O que somos? E para onde
vamos? Daí, as teorias para explicar a Origem da Vida tornou-se um verdadeiro
dilema. Panspermia, Criacionismo e Evolucionismo. Na qual a Religião confrontara
a Ciência e, assim, vice-versa. Datamos um universo em aproximadamente 14 bilhões
de anos e um planeta habitável azul em 4,6 bilhões de anos, a partir de estudos
geológicos e moleculares isso nos faz entender que o processo de formação de
vida nesse ambiente andava em passos de tartarugas (e ainda de ré!). Se tudo
isso ocorreu há bilhões de anos e estamos apenas 2012 anos depois de Cristo,
achamos todo esse tempo muito longo. Achamos? O que o animal inteligente entende por período longo? Um segundo será muito tempo
para o destino da humanidade? A Terra tem 4,6 bilhões de anos, apenas, se
condensarmos esse espaço de tempo num conceito compreensível, poderíamos
comparar a Terra a uma pessoa que neste momento estaria completando 46 anos.
Portanto, nada sabemos dos 7primeiros anos de vida dessa pessoa e mínimas são
as informações sobre o longo período de sua juventude e maturação, quiçá o
futuro. Sabemos, no entanto, que foi aos 42 anos que a terra começou a
florescer. Os dinossauros e os grandes répteis surgiram há um ano, quando o
planeta tinha 45 anos. Os mamíferos apareceram há apenas oito meses e na semana
passada os primeiros hominídeos aprenderam a caminhar eretos. No fim dessa
semana a Terra ficou coberta com uma camada de gelo, mas abrigou em seu seio as
sementes da vida. O homem moderno tem apenas quatro horas de existência e faz
uma hora que descobriu a agricultura. A Revolução Industrial iniciou há um
minuto. Durante esses sessenta segundos da imensidão do tempo geológico, o
homem fez do paraíso um depósito de lixo. Multiplicou-se como praga, causou a
extinção de inúmeras espécies, saqueou o planeta para obter combustíveis;
armou-se até os dentes para travar, com suas armas nucleares inteligentes, a
última de todas as guerras, que destruirá definitivamente o único oásis da vida
no sistema solar. A evolução natural de 4,6 bilhões de anos seria anulada num
segundo pela ação do animal inteligente que inventou o conhecer. Será esse o
nosso destino? Será um segundo muito para extinguir a espécie? Diante das ações
do animal inteligente caminhamos em direção de um buraco negro pela qual a
Teoria da Relatividade lavará as mãos como fez Pilatos. Os resultados, estamos
obtendo, uma deformação no espaço-tempo causado por uma matéria orgânica
vertebrada e racional e altamente perigosa. Estamos caminhando a um horizonte
de eventos. Como diz a letra de Caetano Veloso: “[...] Caminhando contra o
vento. Sem lenço e sem documento [...]”; Não vamos mais encontrar Dezembro.
Depende de você!
[1]OSMAR SOARES DA SILVA. Biólogo da
Universidade de Pernambuco campus Garanhuns- UPE. Graduado em Ciências
Biológicas. Especialista em Ciências Biológicas nos temas Educação, Ciências da Saúde,
Parasitologia, Fisiologia de Parasitos, Epidemiologia, Saúde Pública e
Ecossistemas, imbricados na linha de pesquisa: Meio-ambiente e urbanismo.Estudante
do Núcleo de Estudos Sócio-ambientais do Agreste Meridional/UPE. Membro do
Diretório de Pesquisa do Brasil – CNPq. Desenvolve pesquisa sobre a biologia do
Schistosoma mansoni (Sambom, 1907).
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